Um esquema para Montillo brilhar

05/11/2011 09:04

Independente da formação tática escolhida, o Cruzeiro se molda para que Montillo faça a diferença. Camisa 10 tem histórico de bons jogos contra o Flamengo

 

 Montillo pode fazer a diferença contra o Flamengo


O Cruzeiro voltou, como nos tempos de Joel Santana, a fazer mistério antes de uma partida. Treino secreto e informações desencontradas sobre a escalação do time voltaram a fazer parte do dia a dia celeste. Mas se tem uma coisa que não vai mudar, independente do esquema tático ou dos jogadores que vão a campo amanhã contra o Flamengo, é a importância de Montillo na equipe cruzeirense.

Seja no 4-4-2 ou no 3-5-2, o argentino terá a missão de desequilibrar na partida no Rio de Janeiro. E o adversário da vez é conhecido por ser um velho freguês do craque estrelado. Montillo já foi o pesadelo da torcida rubronegra quando vestiu a camisa da Universidad do Chile, com direito a gol por cobertura para selar a desclassificação do time carioca nas quartas de final da Libertadores. Na La U, foram 4 confrontos, duas vitórias, um empate e uma derrota. São duas vitórias, ambas em 2010, e uma derrota pela Raposa nesta temporada.

- Em todos os jogos com o Flamengo, eles fizeram marcação individual, e meu espaço ficou menor. Mas não sei como o Vágner (Mancini, técnico) vai escalar. Ele vai procurar o melhor. Temos que atacar, porque o time tem que ganhar, mas temos que ser inteligentes, saber como atacar. Mas vamos lá ganhar. Não podemos pensar em empate – disse na terça-feira.

No entanto, apesar da inegável dependência da genialidade de Montillo, a preocupação cruzeirense é que isso não vire rotina. Até mesmo Victorino, um dos melhores amigos do camisa 10, alerta que o trabalho de grupo tem que prevalecer ao individualismo, senão será difícil a Raposa prosperar. Virar Montillo Futebol Clube está proibido.

- Tem que ter o trabalho do time. O time depende muito do Montillo, mas não é Montillo Futebol Clube. Temos que tentar depender o menos possível dele, que passou bem o campeonato. O time tem que aprender a jogar sem ele, pois, às vezes, ele não vai ter uma fase boa, e tem que aliviar um pouco a pressão que ele carrega nas costas. Não pode só pegar a bola e mandar ao Montillo para que ele possa fazer tudo. Acho que o time está jogando muito melhor, fundamental. Mas temos que melhorar um pouco e diminuir na pressão para ele – destacou Victorino.

Chumbo trocado não dói

Enganou-se quem acreditou que estava decretado o final da era dos treinos fechados na Toca da Raposa II. Após a saída de Joel Santana, no início de setembro, Emerson Ávila e Vágner Mancini nunca optaram por restringir a entrada da imprensa e limitar a visualização do treinamento no Cruzeiro. No entanto, nos últimos dias, visando a partida contra o Flamengo, a estratégia voltou a ganhar força no clube mineiro.

O técnico Vágner Mancini, nas atividades de quinta e sexta-feira, proibiu que os jornalistas vissem e pudessem noticiar a primeira hora do treinamento. Quando os portões eram abertos, treinamentos pouco expressivos eram notados. O treinador acredita que a tática possa render frutos amanhã no Engenhão.

- Vai um pouco de mistério sim, porque é um jogo que estamos encarando com muita seriedade, mesmo não sendo diferentes dos outros. Sabemos que no lado do Flamengo também tem algumas indefinições. Então, do lado de cá, achamos melhor também não expor muito. Para colocar algo diferente em campo – frisou.

Jogadores compartilham tom misterioso

Como é costume quando o treinador esconde a escalação e formação tática antes dos jogos, os seus comandados seguem à risca a cartilha do mistério durante as entrevistas. O zagueiro Mauricio Victorino adotou o tom enigmático e chegou a dizer que até mesmo os atletas estão desinformados quanto à equipe que estará em campo contra o Flamengo. Para o uruguaio, as instruções só devem ser repassadas quando o time estiver na concentração, fato que ocorrerá após o treinamento de sábado.

- Não posso contar nada. Nós não sabemos tão pouco o que vai acontecer. Quando o time estiver concentrado ele deve falar – explicou.

Apesar de não adiantar uma palavra sobre formação tática ou a escalação do time celeste, Victorino, pelo menos, revelou que o treinamento realizado ontem foi um tático, com ênfase no posicionamento dos jogadores, sobretudo na marcação, tal como a atividade de quinta-feira.

- Foi realizado o mesmo trabalho que fizemos ontem (quinta-feira) – disse Victorino, para, depois, deixar a interrogação da escalação no ar:

- Ainda sem definir quem vai jogar.