Mancini aplica evolução gradativa ao Cruzeiro
Na base do trabalho duro, Mancini vai acertando a equipe e colocando a Raposa no caminho da primeira vitória no returno
É bem verdade que o Cruzeiro não vence há dez jogos e que a situação da equipe em relação à zona de rebaixamento é cada vez mais complicada, mas é inegável a evolução celeste nos últimos jogos. Contra São Paulo e Bahia, a Raposa arrancou empates e mostrou que tem futebol – e forças – para escapar da degola.
Muito disso se deve ao trabalho de Vágner Mancini. O treinador chegou sob certa desconfiança, mas vem aplicando ao time sua forma de trabalho, com muita ênfase na parte tática e atenção em cada detalhe do jogo.
Mancini impôs ao Cruzeiro um estilo de trabalho bem diferente de seus antecessores. O LANCE! observou nos treinos que, sob o comando do novo técnico, os jogadores da Raposa tiveram orientações diferentes das que eram passadas por Cuca, Joel Santana e Emerson Ávila (ver quadro).
O atual treinador da Raposa é adepto do treino tático e, a todo instante, faz pausas nas atividades, seja para corrigir o posicionamento ou para passar qualquer outro tipo de orientação. O resultado disso vai aparecendo gradativamente nos jogos do time.
A expectativa celeste é emplacar a tão sonhada vitória sobre o Corinthians, amanhã, na Arena do Jacaré.
- O jejum muito longo nos incomoda, é uma situação desconfortável, mas não podemos jogar a toalha. Vamos em busca da vitória no domingo – disse Mancini, que, apesar da evolução, lamentou a oscilação da equipe diante do Bahia.
- A equipe jogou bem contra o São Paulo, jogou bem no segundo tempo contra o Bahia. Essa oscilação é que não deveria existir, o Cruzeiro deveria jogar assim os 90 minutos de jogo porque certamente vai ter mais chance de ganhar – comentou.
O goleiro Fábio ressaltou a busca incessante pela primeira vitória no returno e crê no trabalho realizado por Vágner Mancini.
- Estamos querendo colher essa vitória mais do que nunca, estamos lutando. O Mancini vem passando a todos os jogadores a confiança no trabalho que ele vem desempenhando há pouco tempo. Nossa vitória está amadurecendo – salientou o capitão.
Defesa preocupa
Apesar de estar se acertando aos poucos dentro de campo, o Cruzeiro ainda tem um sério problema para corrigir: a defesa. O setor tem apresentado erros banais, muitas vezes em falhas individuais, por conta da desatenção dos jogadores.
Mesmo contando com Victorino, que emplacou uma série de seis jogos na equipe titular, a defesa ainda oscila. Contra o Grêmio, dois gols sofridos foram em lances de desatenção. Diante do São Paulo, o pequeno Juan ficou sozinho para marcar um gol de cabeça.
Sabendo deste defeito, Léo prega atenção total para a zaga celeste diante do Corinthians, no duelo de amanhã.
- Sabemos que vamos jogar contra um grande time, um time que tem bons jogadores, forte ofensivamente e que estão bem entrosados. Temos que ter inteligência e redobrar a atenção – ressaltou.
As diferenças entre os comandantes
Cuca | Joel Santana | Emerson Ávila | Vágner Mancini |
Cuca era adepto dos coletivos. O técnico sempre simulava situações de partidas, mas não gostava muito de intervir no andamento do treino. Os fundamentos também eram bem trabalhados. | Bola e apito. Era disso que Joel precisava para comandar seus treinos. O técnico não costumava comandar atividades táticas e preferia deixar o jogo correr, sempre gritando palavras de incentivo. | Ávila gostava de trabalhar o time em segmentos. Frequentemente o treinador dividia o campo e coordenava atividades separadas para a defesa e o ataque, dando ênfase em pontos específicos. | O atual comandante celeste é adepto dos treinos táticos, sempre parando as jogadas e orientando – muitas vezes pessoalmente – os jogadores. Mancini também gosta de treinar bolas paradas. |